RACING



Fidelidade à grande Academia

Durantes os 35 anos sem título, Racing assistiu ao aumento do apoio da torcida

A última rodada do Torneio Apertura de 2001 marcava jogo do Racing no campo do Vélez. O estádio estava repleto. Muitos torcedores do Vélez e também torcedores do Racing, sedentos, que se dariam por satisfeitos com um empate, resultado que acabaria com uma seca de títulos que atingia 35 anos.

Sedentos também estavam os torcedores que não conseguiram ingressos. Esses se dirigiram para o estádio Juan Domingo Perón, estádio do clube. Com telão instalado especialmente para assistir à tarde grandiosa, a torcida do Racing lotou o local. Eram 40 mil pessoas vibrando pelo telão com o gol de Loeschbor e o empate por 1 a 1.

Os 35 anos de fila tornaram a torcida do Racing a mais fiel na Argentina. O título é conhecido como Academia - com o acento na sílaba dé. Na alegria e na tristeza, o Racing viu nesse período apenas um título, o da Supercopa de 1988, conquistado com o goleiro Fillol no arco e contra o brasileiro Cruzeiro.

Antes, em 1969, outro confronto com equipe brasileira ficou marcado. O adversário era o Santos de Pelé, batido em Avellaneda e na Vila Belmiro. No primeiro confronto, vitória por 2 a 1, com dois gols de Silva, o Batuta, o mesmo de Flamengo, Vasco e Barcelona.

- Foi um dos maiores jogadores que vi em ação na minha vida - diz o ex-lateral-direito Quique Wolff, jogador daquele Racing que bateu o Santos e hoje comentarista da ESPN, na Argentina.

O jogo valia pela Recopa Sul-Americana, vencida pelo Santos em 1968 - nesse ano o time de Pelé venceu o Racing duas vezes - e pelo Peñarol em 1969. Aquele Racing chegou a disputar a Recopa pela força do time campeão da Libertadores em 1967. Time montado por Juan José Pizzutti, o mesmo que como jogador marcou contra o Brasil na decisão do Campeonato Sul-Americano de 1959. Pizzuti montou a equipe que contava com o goleiro Cejas, mais tarde titular do Santos, o zagueiro Perfumo, que jogaria pelo Cruzeiro, o meia Maschio, que voltava do futebol italiano, e o meia Basile, mais tarde técnico da Argentina na Copa de 1994.

O Racing completou seu centenário em 2003 e viveu uma frustação no final do Clausura desta temporada. A chance de disputar a Libertadores de 2006 morreu com uma derrota para o San Lorenzo. A vitória do River sobre o Huracán levou os Millonarios ao torneio. Nada tão mal para quem superou o trauma de 35 anos.

by Paulo Vinícius Coelho

Fonte: A+ (A Revista do Lance!)
Ano 5 - Número 254 - de 16 a 22 de julho de 2005

pág. 19

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