PARMA


O demolidor de times imbatíveis

Recém-promovido, equipe derrubou a invencibilidade do Milan de Van Basten

Os domingos de 1993 tinham um pouco da sensação de quem esperava a queda de Mike Tyson. Só quem viveu os anos 80 e 90 é capaz de entender. Nos sábados à noite, mesmo quem não gostava de boxe assistia às lutas deTyson, ansioso por mais um nocaute relâmpago, ou por uma zebra histórica. Um Davi capaz de derrubar o Golias.

No futebol, mesmo quem não gostava do estilo italiano via o Milan de Van Basten jogar a cada domingo. A conta ia subindo de 50 para 51, 52, 53... Quando chegou a 58, o Milan alcançou a maior série sem derrotas da história da Série A e deparou-se com um rival. O Parma daquele tempo não era Davi. Ou, se fosse, seria grafado assim, com D maiúsculo. O Parma era um time classe A, de Asprilla, o autor do gol que derrubou a invencibilidade de 58 rodadas do Milan. O Parma não evitou o bicampeonato milanista, imbatível naquele tempo - ou quase. Fez mais do que isso. Fez história.

Era o Parma do técnico Nevio Scala, do zagueiro Minotto, do volante Pin, dos laterais Mussi e Benarrivo, titulares na final da Copa do Mundo de 1994, contra o Brasil. Era o Parma campeão da Recopa Européia.

Uma história que começou com o início do investimento da Parmalat, no final dos anos 80. Investimento que contou com a presença de Arrigo Sacchi, capaz de levar o time do norte da Itália da Série C para a Série B. O acesso definitivo para a Série A se daria em 1990, pronto para disputar a elite em 1990/91.

O grande Parma foi fruto exclusivo do domínio da multinacional de laticínios, que virou majoritária no controle do clube em 1987 e levou-o à Série A em três temporadas. Chegou à elite com vitória por 2 a 0 sobre o Reggina, rival histórico da vizinha cidade de Reggio-Emilia. O Parma foi também o primeiro clube da Itália a ter um goleiro brasileiro - Taffarel - e conquistou três vezes competições européias, a Recopa em 1993, a Uefa em 1995 e 99.

Se não veio o escudeto no período Parmalat, encerrado com a falência da empresa, em 2003, ficou na memória o vice-campeonato italiano de 1997 e equipes históricas como a de 1999: Buffon, Thuram, Cannavaro, Sensini e Vanoli; Fuser, Dino Baggio, Boghosian e Verón; Crespo e Chiesa. Era o Parma de uma época que ficou no passado, mas sobrevive nos feitos como a vitória que encerrou a invencibilidade do Milan.

by Paulo Vinícius Coelho

Fonte: A+ (A Revista do Lance!)
Ano 5 - Número 252 - de 2 a 8 de julho de 2005

pág. 25

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