LILLE

Joe Cole (jogador do Liverpool atualmente no Lille)

O pioneiro ressurge na França

O primeiro campeão francês da história chega, pela primeira vez, à Liga dos Campeões

A história do Campeonato Francês começa em Lille. Ou com o Lille. Foi a equipe que conquistou a primeira edição do campeonato nacional, que aconteceu no longínguo ano de 1933. A primeira mas não a última vitória da equipe na maior competição francesa - o Lille conquistou o título também nos anos de 1946 e 1954. No campeonato recém-terminado, o quarto título bateu na trave. O Lille foi vice-campeão e pouco importa que a distância para o primeiro colocado, o tetracampeão Lyon, tenha chegado a astronômicos 12 pontos. A evolução parece capaz de levar o Lille a um bom lugar.

Evolução que começou com o técnico bósnio Vahid Halihodzic e continuou com Claude Puel, treinador francês que dirigiu a equipe na atual temporada. Puel tem um tabu bem mais curto do que o clube que dirige. Foi campeão pelo Monaco em 2000, numa equipe em que dirigia o atacante Giuly, hoje no Barcelona, e o norueguês Riise, campeão da Liga dos Campeões pelo Liverpool.

A boa campanha depois de quatro décadas levará o Lille, pela primeira vez em sua história, à Liga dos Campeões. Por encanto, a cidade do norte da França voltou no tempo para recordar os períodos de vitórias e tragédias. A principal, depois da primeira conquista, veio no ano de 1946. De uma só tacada, a equipe, comandada pelo técnico George Berry e que contava com o artilheiro René Bihel, ganhou a Copa da França e o campeonato nacional.

A tragédia veio numa partida em fevereiro em seu velho estádio Victor Bouquey. Parte do público, sem ingressos, tentou entrar na marra para ver o time que encantava a França naquele ano. Parte da estrutura acabou desabando e deixou 53 feridos. Não houve mortes.

A segunda conquista já contava com reforço no Lille. Em 1941, o Olympique Lillois fundiu-se com o Lambersart, da cidade vizinha do mesmo nome. Foi aí que adquiriu a denominação atual - Lille Olympique Sporting Club Metropole. Com esse nome, ganhou suas duas outras taças em campeonatos nacional. A de 1946 e a de 1954.

Nesse ano, a taça foi disputada cabeça a cabeça com o Stade Reims, de Raymond Kopa, vencido na reta de chegada por 3 a 0. O time do norte da França terminou com apenas 22 gols sofridos em 34 partidas. Recorde absoluto que persiste até hoje.

by Paulo Vinícius Coelho

Fonte: A+ (A Revista do Lance!)
Ano 5 - Número 250 - de 18 a 24 de junho de 2005

pág. 27

PARMA


O demolidor de times imbatíveis

Recém-promovido, equipe derrubou a invencibilidade do Milan de Van Basten

Os domingos de 1993 tinham um pouco da sensação de quem esperava a queda de Mike Tyson. Só quem viveu os anos 80 e 90 é capaz de entender. Nos sábados à noite, mesmo quem não gostava de boxe assistia às lutas deTyson, ansioso por mais um nocaute relâmpago, ou por uma zebra histórica. Um Davi capaz de derrubar o Golias.

No futebol, mesmo quem não gostava do estilo italiano via o Milan de Van Basten jogar a cada domingo. A conta ia subindo de 50 para 51, 52, 53... Quando chegou a 58, o Milan alcançou a maior série sem derrotas da história da Série A e deparou-se com um rival. O Parma daquele tempo não era Davi. Ou, se fosse, seria grafado assim, com D maiúsculo. O Parma era um time classe A, de Asprilla, o autor do gol que derrubou a invencibilidade de 58 rodadas do Milan. O Parma não evitou o bicampeonato milanista, imbatível naquele tempo - ou quase. Fez mais do que isso. Fez história.

Era o Parma do técnico Nevio Scala, do zagueiro Minotto, do volante Pin, dos laterais Mussi e Benarrivo, titulares na final da Copa do Mundo de 1994, contra o Brasil. Era o Parma campeão da Recopa Européia.

Uma história que começou com o início do investimento da Parmalat, no final dos anos 80. Investimento que contou com a presença de Arrigo Sacchi, capaz de levar o time do norte da Itália da Série C para a Série B. O acesso definitivo para a Série A se daria em 1990, pronto para disputar a elite em 1990/91.

O grande Parma foi fruto exclusivo do domínio da multinacional de laticínios, que virou majoritária no controle do clube em 1987 e levou-o à Série A em três temporadas. Chegou à elite com vitória por 2 a 0 sobre o Reggina, rival histórico da vizinha cidade de Reggio-Emilia. O Parma foi também o primeiro clube da Itália a ter um goleiro brasileiro - Taffarel - e conquistou três vezes competições européias, a Recopa em 1993, a Uefa em 1995 e 99.

Se não veio o escudeto no período Parmalat, encerrado com a falência da empresa, em 2003, ficou na memória o vice-campeonato italiano de 1997 e equipes históricas como a de 1999: Buffon, Thuram, Cannavaro, Sensini e Vanoli; Fuser, Dino Baggio, Boghosian e Verón; Crespo e Chiesa. Era o Parma de uma época que ficou no passado, mas sobrevive nos feitos como a vitória que encerrou a invencibilidade do Milan.

by Paulo Vinícius Coelho

Fonte: A+ (A Revista do Lance!)
Ano 5 - Número 252 - de 2 a 8 de julho de 2005

pág. 25

RACING



Fidelidade à grande Academia

Durantes os 35 anos sem título, Racing assistiu ao aumento do apoio da torcida

A última rodada do Torneio Apertura de 2001 marcava jogo do Racing no campo do Vélez. O estádio estava repleto. Muitos torcedores do Vélez e também torcedores do Racing, sedentos, que se dariam por satisfeitos com um empate, resultado que acabaria com uma seca de títulos que atingia 35 anos.

Sedentos também estavam os torcedores que não conseguiram ingressos. Esses se dirigiram para o estádio Juan Domingo Perón, estádio do clube. Com telão instalado especialmente para assistir à tarde grandiosa, a torcida do Racing lotou o local. Eram 40 mil pessoas vibrando pelo telão com o gol de Loeschbor e o empate por 1 a 1.

Os 35 anos de fila tornaram a torcida do Racing a mais fiel na Argentina. O título é conhecido como Academia - com o acento na sílaba dé. Na alegria e na tristeza, o Racing viu nesse período apenas um título, o da Supercopa de 1988, conquistado com o goleiro Fillol no arco e contra o brasileiro Cruzeiro.

Antes, em 1969, outro confronto com equipe brasileira ficou marcado. O adversário era o Santos de Pelé, batido em Avellaneda e na Vila Belmiro. No primeiro confronto, vitória por 2 a 1, com dois gols de Silva, o Batuta, o mesmo de Flamengo, Vasco e Barcelona.

- Foi um dos maiores jogadores que vi em ação na minha vida - diz o ex-lateral-direito Quique Wolff, jogador daquele Racing que bateu o Santos e hoje comentarista da ESPN, na Argentina.

O jogo valia pela Recopa Sul-Americana, vencida pelo Santos em 1968 - nesse ano o time de Pelé venceu o Racing duas vezes - e pelo Peñarol em 1969. Aquele Racing chegou a disputar a Recopa pela força do time campeão da Libertadores em 1967. Time montado por Juan José Pizzutti, o mesmo que como jogador marcou contra o Brasil na decisão do Campeonato Sul-Americano de 1959. Pizzuti montou a equipe que contava com o goleiro Cejas, mais tarde titular do Santos, o zagueiro Perfumo, que jogaria pelo Cruzeiro, o meia Maschio, que voltava do futebol italiano, e o meia Basile, mais tarde técnico da Argentina na Copa de 1994.

O Racing completou seu centenário em 2003 e viveu uma frustação no final do Clausura desta temporada. A chance de disputar a Libertadores de 2006 morreu com uma derrota para o San Lorenzo. A vitória do River sobre o Huracán levou os Millonarios ao torneio. Nada tão mal para quem superou o trauma de 35 anos.

by Paulo Vinícius Coelho

Fonte: A+ (A Revista do Lance!)
Ano 5 - Número 254 - de 16 a 22 de julho de 2005

pág. 19

ABBADIE



Atacante
Julio Cesar Abbadie
San Ramón (Uruguai), 7/9/1930

Atacante rápido e oportunista, foi o primeiro craque verdadeiro da geração pós-50 do Uruguai. Juntou-se a Schiaffino no futebol italiano no final da década de 50.

Clubes:

Peñarol (1950 a 1958), do Uruguai;
Genoa (1959/60) e
Lecce (1960/61), da Itália;
e Peñarol (1962 a 1966), do Uruguai.

Títulos:

campeão da Libertadores (1966),
do Mundial Interclubes (1966)
e uruguaio (1951, 1953/54, 1958, 1962, 1964/65) pelo Peñarol.

Fonte: Guia dos Craques - Marcelo Duarte
pág. 28

Blue is the colour

 
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